terça-feira, 9 de novembro de 2010

O risco de florescer

Durante o show musical de abertura da Copa do Mundo de Futebol da África do Sul, pude ter um primeiro contato com a cantora e compositora Alicia Keys. Confesso que, naquela oportunidade, fiquei muito mais deslumbrada com as apresentações folclóricas, de danças e de costumes tribais africanas. Porém, algo ficou em meu imaginário. Recentemente, em uma visita à FNAC, deparei-me com o último álbum da artista. O tema do cd seduziu-me imediatamente e me propus a ouvi-lo. Após a audição, não resisti e o comprei. Seu título: The Element of Freedom. Tornou-se o meu cd favorito, atualmente. Nele, há uma mescla de ritmos que te convidam a dançar, a cantar e a escutar em alto volume e, por vezes, a simplesmente deixar-se levar pela letra ou melodia. Alicia cria as próprias composições e, ao cantá-las, consegue transmitir toda a sua autenticidade, plena de referências ao feminino, e de alusões à força e à beleza intrínsecas à feminilidade.
Se você não resistir, como eu, e quiser ouvir o cd antes do término deste post, acesse: http://www.aliciakeys.com/us/home
Mas, sem perder as minhas características investigativas e racionais, bem pessoais, também fui fisgada pela citação que abre o cd. De alguma maneira, já conhecia a frase. Não pude reconhecer a referência, tampouco o nome do autor. Na versão em inglês, a cantora diz: “And the day came when the risk to remain tight in a bud was more painful than the risk it took to bloom”. Na minha tradução livre: E chegou o dia em que o risco de permanecer apertada em um broto (botão) era mais doloroso do que o risco necessário para florescer. Significativo, não é mesmo? Não dá para não meditar a respeito. Senti uma ressonância forte dentro de mim. E ainda estou fazendo elaborações muito íntimas sobre este pensamento. Para mim, tem sido uma experiência simplesmente empolgante. Talvez, neste aspecto, resida a familiaridade, o espelhamento. Pura sincronicidade.
A partir de minhas pesquisas, descobri também que a frase compõe o subtítulo de um livro chamado “Journey to Wholeness”, da californiana Barbara Marie Brewster, infelizmente, não publicado no Brasil. Ele retrata a história real da autora que, ao descobrir ser portadora de esclerose múltipla (uma doença grave e degenerativa, muitas vezes letal), decide desabrochar e não mais ficar apertadinha em um broto. Ela optou pela expansão. Isto foi em 1984. Desde então, ela percorreu o mundo. Tornou-se uma “clown”, sendo membro do grupo Patch Adams; trabalhou como voluntária em programas para o atendimento de crianças portadoras de HIV na África; é co-fundadora de uma organização que acolhe refugiados; é escritora; atriz, e se intitula também uma sobrevivente.
Vale acessar ao seu site: http://www.barbarabrewster.com/
As minhas buscas não param por aqui. Também encontrei referências à Anaïs Nin, a controvertida poeta, como sendo autora desta frase. Porém, os resultados ainda são incipientes. Quem sabe, em outra oportunidade, eu possa trazer mais “elementos de liberdade”.
foto de Reislanes in: http://digiforum.com.br/portal/

2 comentários:

  1. curti, o Cd The Element of Freedom, que também me fez refletir muito, tanto que já se faz anos e eu ainda reflito, mas cheguarei a conclusão do que é viver a cada dia e descobrir o verdadeiro sentido do que é o elemento da liberdade, parabéns pelo post, sucesso!

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  2. Obrigada, Alisson, por seu comentário. Estamos no caminho!!🙏🏼

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