domingo, 9 de janeiro de 2011

O caminho de volta para casa


Ainda estou sob a influência dos momentos à beira-mar. E constato que fiquei ligeiramente enlevada e, desde então, estou sob a sua inspiração que tem me feito divagar sobre o tema que escrevo a seguir.
Em momentos de puro prazer, deleite ou entrega de qualquer natureza tem-se a sensação da verdadeira plenitude. É possível esvaziar a mente e deixar que a linguagem da alma prepondere.
Práticas como o yoga e a meditação também nos abrem esta porta para uma gama de percepções - ou a ausência delas – em que, por alguns instantes, é possível desligar-se do mundo externo e do outro e vislumbrar algo único, fugaz. No entanto, a sua ressonância e reverberação irão ecoar em você por muito tempo. Há que se buscar viver mais momentos como estes. “Pequenos samadhis”, diria um professor meu. Vale explicar que samadhi seria o sétimo e último passo do Ashtanga Yoga, e no qual o praticante alcançaria um estado de comunhão com algo maior, que o faria transcender a realidade aparente. Um estado de êxtase pleno e profundo.
Hoje, percebo o quanto deixar-se guiar pelos desígnios da alma pode nos transportar para além daquilo que imaginamos ser. Na verdade, seguir os ditames da alma é viver com leveza, serenidade, intensidade e plenitude a nossa verdadeira natureza. E ela é sábia, pura e conhece o caminho a ser seguido.
Há um pensador inglês que define meditação como o “caminho de volta para casa”. Ou seja, é este retorno para o interior, para o nosso íntimo, para a nossa morada mais profunda que devemos cultivar.
Para mim, sinto verdadeiramente que deter-me em um estado contemplativo, por um pequeno espaço de tempo, diante do mar pode me conduzir de volta para a minha verdadeira essência. Os caminhos são vários, mas chegaremos ao mesmo lugar.

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