sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Um reencontro



Passei alguns dias à beira-mar e voltei muito mais próxima de mim mesma. Escolhi uma região tranquila, sem badalações, lojas ou restaurantes da moda. Afinal, para mim, o mar é o mesmo em qualquer lugar do Brasil. O restante é dispensável.
De maneira simples e pura, a experiência me fez muito bem. Permaneci longos períodos diante da imensidão do mar, apreciando a infinitude da linha do horizonte. Vesti-me com simplicidade, andei descalça na areia, deixei o carro no estacionamento e fiz muitos passeios a pé. Percebo que estas são práticas pouco usuais nas metrópoles, mas que nos permitem "pequenos ensaios de liberdade". E, francamente, olhar para o céu e para o infinito em meio à aglomeração de prédios, carros e pessoas, nas grandes cidades, tornou-se uma tarefa praticamente impossível. O mais triste é que nos acostumamos a esta rotina, a este modo de vida que nos afasta da natureza, da vida mais simples. E nos aprisiona.
Li no jornal que nos dias que se sucederam ao Natal, as praias foram invadidas pelos "gadgets" recém-adquiridos. As pessoas não conseguiram se desligar de seus celulares e i-pads, em plena areia. Uma pena perder a oportunidade de interagir verdadeiramente com o mar, com o céu, com a areia e com todos os seus cheiros, sons, cores e sensações.
Nas noites, senti vontade de reler um livro que sempre me estimula positivamente. Chama-se O Labirinto da Felicidade, de Alex Rovira e Francesc Miralles. A obra é muito simpática e prazerosa de ler. Tem um "quê" de fábula contemporânea recheada de elementos clássicos dos livros de autoajuda. Mas tem um algo a mais. Adoro fazer a sua releitura, periodicamente. Sempre extraio dele novos aprendizados. E, é significativo perceber que estou sempre me esquecendo do final da história. Ou seja, por isto preciso sempre tê-lo à mão. Se você já tiver lido o livro irá entender o que estou dizendo.
Para mim, a narrativa das descobertas da personagem central, que se chama Ariadne, conduz você a um encontro ou a um reencontro consigo mesma. Parece um propósito audacioso. Mas não o é. É simples. Assim como é singelo o conteúdo do livro.
Que bom que o reencontro com o mar e com toda a sua magnitude e mistério, possibilitaram um resgate comigo mesma.

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